segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MOSSORÓ-RN - A SÃO PAULO NORDESTINA


No dia 28 de novembro de 2008 (sábado) a fábrica Porcelanatti Revestimentos de Mossoró-RN, do grupo empresarial Itagrês, de Santa Catarina, começa a funcionar e a partir da próxima semana começa a colocar no mercado os primeiros lotes de sua produção

A Itagrés, era um sonho que se tornou realidade para Mossoró e região. “São 400 empregos diretos que estão sendo oferecidos inicialmente

Com produção de revestimentos cerâmicos destinados aos mercados interno e externo, a Revistimentos Porcelanatti, teve a participação decisiva da administração Fafá Rosado, para a sua consolidação. A prefeita teve várias reuniões com a direção da indústria, e a Prefeitura contribuiu decisivamente para sua inauguração.

De acordo com o engenheiro Ricardo Gomes a unidade de Mossoró vai produzir, numa primeira etapa, cerca de 500 mil metros quadrados de revestimentos cerâmicos, tanto para o mercado nacional quanto para o externo. Sua capacidade total deverá atingir os mil metros quadrados. Ele disse ainda que pela localização e o desenvolvimento que se apresenta em Mossoró a Itagrês deverá comercializar sua produção para o mercado regional e também para o Caribe, podendo alcançar também o mercado europeu.

O grupo Itagrês investiu R$ 100 milhões na montagem da fábrica de Mossoró, a qual é uma das mais modernas do país. Os equipamentos foram importados da Itália. Inicialmente, a fábrica produzirá revestimento de 50 x 50, entre 400 a 500 mil m2 por mês. À plena carga, a indústria atingirá a produção de 1 milhão de m2 por mês. montagem da fábrica de Mossoró, que será uma das mais modernas do país. Os equipamentos foram importados da Itália. Inicialmente, a fábrica produzirá revestimento de 50 x 50, entre 400 a 500 mil m2 por mês. À plena carga,

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

HISTÓRICO DO SENAI RN

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI – é uma entidade de direito privado, organizada e administrada pela Confederação Nacional da Indústria, nos termos do Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de Janeiro de 1942.Nacionalmente, o SENAI está consolidado como o maior complexo de educação profissional da América Latina, cujos resultados são expressos através de números significativos e de sua enorme capacidade de adequar-se às demandas técnicas e tecnológicas do mundo moderno. A sua expressiva infra-estrutura na área tecnológica, constitui-se o diferencial competitivo para realizar serviços educacionais, técnicos e tecnológicos, “dada a sua capilaridade, sua capacidade de articulação institucional e sua interlocução permanente com o setor produtivo e o setor acadêmico”.
SENAI NO RIO GRANDE DO NORTE
No Rio Grande do Norte, o SENAI foi criado em 1953, como resultado das necessidades de formação de pessoas qualificadas para atender a indústria, cujos cursos eram realizados nas instalações da antiga Escola Industrial de Natal. Em 1954, teve início o funcionamento da Escola do SENAI em Mossoró, em regime de cooperação com a Diocese, considerando-se o marco inicial para a política de expansão do atendimento institucional às indústrias ao longo dos anos que se seguiram até a atualidade.Em 1968, por determinação do Conselho Nacional, órgão normativo superior da instituição, a Escola de Natal passou a ser denominada de Centro de Formação Profissional “Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia”, atualmente sede do Centro de Tecnologias do Gás - CTGÁS.Ao longo de sua existência o SENAI do RN vem desenvolvendo ações pautadas em objetivos estrategicamente definidos para atender a evolução da indústria do Rio Grande do Norte, visando contribuir para o aumento da qualidade e produtividade das empresas industriais.
SETE UNIDADES DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ESTÃO DISTRIBUÍDAS EM NATAL, MOSORÓ, CAICÓ E SANTA CRUZ
Neste contexto, foi ampliando o seu raio de atuação, onde atualmente possui sete Unidades de Educação Profissional, mais comumente nominados de Centros de Educação e Tecnologias, distribuídas nos municípios de Natal, Mossoró, Caicó e Santa Cruz. Esses Centros desenvolvem cursos de educação profissional voltados para os diversos setores econômicos distribuídos nas modalidades de iniciação profissional, aprendizagem industrial, qualificação profissional, habilitação profissional, aperfeiçoamento e especialização, bem como na certificação profissional de pessoas. Além dos cursos atua na prestação de serviços técnicos e tecnológicos, destinados à criação, à inovação e melhoria de processos e produtos ou ao desenvolvimento de conhecimentos e informações tecnológicas.Os Centros Tecnológicos do SENAI-RN são equipados com tecnologias apropriadas às necessidades do parque industrial local, e são constituídos por laboratórios, oficinas, salas de aulas, auditórios, bibliotecas, contando para sua operação com uma equipe de profissionais qualificados e especializados nas mais diversas tecnologias de forma a atender as necessidades do segmento industrial e da sociedade em geral.
FONTE: SITE DO SENAI RN

HISTÓRICO DO SESVON RN


O SINDICATO DAS EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS, E DAS EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – SESCON-RN com sede à Rua Romualdo Galvão, 986 – Lagoa Seca – Nata/RN é uma entidade sindical patronal de 1.º grau, integrante do 3.º Grupo da Confederação Nacional do Comércio; filiado à Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas - FENACON, fazendo parte do Sistema Confederativo Sindical do Comércio – SICOMERCIO.
Fundado em 16 de junho de 1996 por um grupo de empresários contadores, sendo seu primeiro presidente o Sr. Fernando Carlos Colares dos Santos. Em 2000 assume o segundo presidente o Sr. Rui Cadete que após reeleito para o triênio 2001/2003, passa em julho de 2002, o mandato em caráter provisório para o Sr. Edson Oliveira da Silva que permaneceu até o fim do mandato sendo eleito para o triênio 2003/2005, e reeleito para o mandato de 2006/2008. Seu primeiro ESTATUTO foi registrado em 22 de novembro de 1996 o qual passou por algumas reformas, sendo sua ultima em 2006.
Carta Sindical
Em 28 de maio de 2004, foi conferida pelo Ministério do Trabalho ao SESCON-RN sua Carta Sindical passando a ser reconhecido como Entidade Sindical Patronal de direito, com base territorial em todo o Estado do Rio Grande do Norte.
Regionais
Em 22 de setembro de 2007 através da PT 04/07 da mesma data, foi instituído o primeiro Escritório Regional do Sescon na cidade de Mossoró, com a finalidade de difundir a representatividade do sindicato naquele município, bem como, na Região Oeste e Alto Oeste do Estado.
Missão
Promover os interesses das empresas de serviços, através de parcerias que contribuam para o desenvolvimento e crescimento destas, auxiliando-as em seus processos de desenvolvimento nos campos empresarial e do capital intelectual de seus dirigentes e colaboradores.
Objetivos
Colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social;Desenvolver ações visando à proteção das categorias econômicas sob sua representação;Participar obrigatoriamente das negociações coletivas de trabalho, promovendo a conciliação nos dissídios coletivos de trabalho.
Promover congressos, convenções, simpósios, seminários, cursos, palestras, painéis de reciclagem e aperfeiçoamento profissional.

A Evolução Industrial do Rio Grande do Norte: um desenvolvimento proporcionado a partir das necessidades geradas no setor primário


FONTE: SITE HISTÓRIA DO RN, escrito por Francimar de Araújo Galvão e Maria Deusa dos Anjos Lima – Concluintes em 2000)
Assim como nos demais estados nordestinos que, no conjunto da industrialização, estiveram sempre legados ao plano de fornecedores de mão-de-obra e matérias-primas para as áreas em vias de consolidação industrial, o Rio Grande do Norte também enfrentou todos os entraves estabelecidos no sentido de manter o estado em um plano secundário no conjunto da economia nacional. Apesar da não existência de uma política econômica que gerasse incentivos ao industrialismo, esse tipo de empreendimento foi, aos poucos, ganhando relevo até pelas necessidades geradas a partir do modelo em voga no estado que, na verdade, era o chamado modelo de economia agroexportadora onde eram produzidas matérias-primas para abastecer os mercados internacionais e/ou intrarregionais.
Como bem sabemos a primeira atividade econômica a ganhar maior relevância onde geograficamente está localizado o Estado do Rio Grande do Norte, foi a atividade açucareira. Essa atividade desenvolvida prioritariamente na zona da costa litorânea era secundada por outras de caráter mais restrito, entre as quais se sobressaía a criação de bovinos e culturas agrícolas de subsistência. Foi apoiada nessas atividades que se deu a expansão e ocupação do espaço norte riograndense. Uma expansão inicialmente concentrada no litoral e, posteriormente expandida para o interior em função das necessidades surgidas a partir do crescimento dos rebanhos bovinos que, em determinado período, ou seja, por volta de meados do século XVII, chegara a atingir o patamar de atividade econômica mais importante da então Capitania do Rio Grande. Foi graças ao criatório que foram desenvolvidas as primeiras unidades industriais na área interiorana do Rio Grande do Norte. Eram as chamadas oficinas de carne seca que surgiram no decurso da primeira metade do século XVIII, tendo se concentrado – a maior parte delas – na região de Açu e Mossoró que, em função da expansão da atividade de charqueamento da carne bovina “passaram a canalizar a produção da Capitania do Rio Grande do Norte” (ARAÚJO, 1995, p. 24). A produção de charque era comercializada, principalmente, para as regiões onde as atividades mineradoras começavam a ganhar impulsão. O transporte do charque era feito por via marítima até Recife. De lá o charque era conduzido para Salvador e distribuído para as regiões consumidoras. Vale também ser considerado que, a carne charqueada na Capitania do Rio Grande chegou a ser enviada para a Europa nos anos correspondentes às décadas de 1750 e 1760. A expansão da manufatura da carne bovina se estendeu no transcorrer da segunda metade do século XVIII, o que começou a provocar reações por parte do governo da província de Pernambuco que pretendia manter o monopólio da carne na região. A atividade de charqueamento evoluiu de tal maneira que, no decurso dos anos de 1780
“a capitania potiguar já produzia tanta carne seca que parecia prejudicar o fornecimento de gado em pé para o mercado de Recife, o que, somado a outros motivos, provocou a tomada de uma medida radical por parte do governador de Pernambuco D. José Tomás de Melo, em 1788, mandando fechar as oficinas de Açu e Mossoró.” (SANTOS, 1994, p. 65).
Porém, mesmo com a pecuária tendo atingido significação no contexto econômico potiguar, a atividade açucareira continuou tendo sua importância por ser bastante aceita no setor de exportação. Tal atividade ganhou maior intensidade no pós-independência, mais especialmente, a partir de 1840, depois de normalizada a situação política do império
i. Em função dessa expansão açucareira se permitiu a proliferação de unidades de manufatura da cana-de-açúcar. Em 1845 registravam-se
“43 engenhos e 93 engenhocas. Entre os engenhos havia 32 de moendas de ferro. A exportação de açúcar, só pelo porto de Natal, foi, em 1847, de 11.304 arrobas. Não inclue aí, pois, o produto que saía, não só pelos outros portos da Província, como o que se derivava para as Províncias contíguas. Em 1851, a massa exportada elevou-se a 35.511 arrobas, de várias classes. E já, três anos depois, em 1859, funcionavam 156 engenhos em crescente prosperidade. A produção era de 350.000 arrobas.” (SANTOS, 1994, p. 93).
A ascensão açucareira continuou no transcorrer dos primeiros quarenta anos da segunda metade do século XIX graças aos incentivos emanados do governo provincial e, em função da “desorganização do mercado mundial com a crise de produção inglesa e espanhola, que provocou um aumento da demanda por açúcar” (SANTOS, 1994, p. 93). A partir dos anos de 1890, a atividade açucareira entrou em crise em conseqüência, primordialmente, de seu processo de manufatura não estar adequado a progressão tecnológica incrementada com o surgimento das usinas de beneficiamento da produção açucareira. A partir de então, a agroindústria do açúcar começou a perder espaço no mercado internacional, tendo ficado restrita, praticamente, ao mercado interno. Dessa maneira, “ao longo do século XX os engenhos abandonaram progressivamente a produção de açúcar, passando a ser unidades produtoras de cana para as usinas, excetuando-se pequenas unidades produtoras de rapadura e aguardente” (SANTOS, 1994, p. 94).
Considerando a análise feita sobre a evolução da economia no espaço potiguar, percebemos que foram as atividades açucareira e pecuária as condutoras do desenvolvimento do estado nos períodos da colônia e do império. No entanto, aos poucos, a cotonicultura foi ganhando relevância em função de sua importância como produto incluído na economia de exportação. É certo que, o algodão “sempre esteve presente no quadro das ocupações produtivas da colônia, mas como parte integrante do setor de subsistência dessa economia”. (TAKEYA, 1985, p. 25). A atividade algodoeira viveu seu primeiro período de expansão na segunda metade do século XVIII, quando se tornou a principal matéria-prima abastecedora da indústria têxtil européia, principalmente da indústria britânica. Esse surto exportador fora devido a guerra de Independência dos Estados Unidos (1776 – 1783) que eram, na época, os principais fornecedores da matéria-prima citada para os mercados industriais europeus. Nesse momento,
“o Maranhão constituiu, então, a principal área produtora/exportadora, cabendo o segundo lugar em importância às províncias nordestinas. Isso significou, em termos regionais para o Nordeste, uma diversificação da economia, na medida que, pela primeira vez, surgiu a possibilidade de exportação de um produto que não fosse o açúcar.” (TAKEYA, 1985, p. 26).
Terminada a guerra os Estados Unidos da América voltaram a ocupar o lugar de maior fornecedor do mercado cotonicultor inglês, o que refreou a exportação do algodão nordestino. Tal crescimento só fora retomado a partir da segunda metade do século XIX; primeiramente, em função da retomada exportadora para a Europa, conseqüência direta da Guerra de Secessão dos Estados Unidos no período de 1862 a 1865 e, posteriormente, como atividade abastecedora da crescente indústria têxtil que se expandia no Centro-Sul do país.
A partir de então, o interior do Rio Grande do Norte, em especial o sertão do Seridó, passou a ser definido como área de produção algodoeira, o que culminou na restrição do criatório bovino que, já por volta de 1845
ii fora reduzido a um plano secundário no contexto da economia local.
Foi em função da evolução da cultura algodoeira que se permitiu o surgimento das primeiras unidades de beneficiamento da produção cotonicultora. As fontes em que nos fundamentamos não dispõem sobre a data precisa do início do beneficiamento do algodão no Rio Grande do Norte. O que na verdade aparece disposto nas fontes que tratam do assunto é que o processo de beneficiamento da malvácea algodoeira “consistia em separar a semente (caroço) do algodão da pluma. E era feito de forma mais rudimentar possível. A máquina, que se prestava para esse fim, chamava-se de BOLANDEIRA”. Considerando os estudos disponíveis sobre o assunto constata-se que “essa bolandeira era utilizada nas antigas fazendas e acionada por pequeno número de escravos, e posteriormente, por bois e outros animais”. (SANTOS, 1994, p. 134). Posteriormente, como sinal de progressão tecnológica, surge o locomóvel, um tipo de descaroçador de algodão, acionado a vapor, que se destacava por ser mais veloz que a bolandeira.
À medida que a produção era expandida tornava-se, cada vez mais, evidente a necessidade de introdução de inovações técnicas a serem incorporadas no sistema de descaroçamento da malvácea como forma de tornar mais ágil o beneficiamento da produção a ser introduzida no mercado.
Observando a tabela 2 percebemos a evolução do processo de adequação dos locomóveis no sistema de beneficiamento da produção algodoeira do Seridó.


No desenrolar da década de 1920 ocorre uma certa predominância dos descaroçadores de algodão movidos a vapor – os chamados locomoveis – o que significou o declínio das bolandeiras. Chegada a década de 1930 começam a surgir “os descaroçadores de maior quantidade de serras” (SANTOS, 1994, p. 136). Nesse momento, passa a se transfigurar um processo de transição no sentido da consolidação das unidades de beneficiamento de algodão mais complexas. Foi por aquela época que surgiram as primeiras “usinas” de algodão. Nos anos de 1930 as máquinas de descaroçar algodão passaram a ser concentradas
“nos pequenos núcleos urbanos no interior próximos às zonas de produção de algodão. Por essa época, muitos desses núcleos passaram à condição de cidade. Esse momento se estende no decorrer de toda década de 30 até os anos 40. A generalização da usina só vai se dar nos anos 50, ao mesmo tempo em que se difunde o uso da torta de algodão na alimentação do gado”. (CLEMENTINO, 1987, p. 127).
Antes dessa generalização afirmada por CLEMENTINO, ainda prevaleciam em muitas regiões do Estado os chamados “vapores de algodão”. Segundo o depoimento que nos foi concedido “até 1950 ainda tinham os vapores nos sítios (...). Somente a partir dos primeiros anos de 1950 é que ocorreu o monopólio das usinas”
iii. Dois outros aspectos foram também determinantes para a generalização das usinas. O primeiro, como antes já fora mencionado, foi a difusão da torta de algodão como produto de aceitação para a alimentação dos rebanhos. Com bem ilustra a informação do depoente, na época em que o descaroçamento era feito em vapores, o caroço do algodão era bastante desperdiçado: “na casa do meu avô papai disse que transportava em carro de mão lá pra o pátio. Lá as ovelhas comiam, o gado comia a vontade (...) no fim do ano ficava um monte de caroços e, eles botavam fogo”iv. Outro aspecto, diz respeito ao surgimento do refino de óleo do caroço de algodão como produto de consumo humano. Pode-se afirmar que a proliferação das usinas se deu, em grande parte, a partir do instante em que o caroço de algodão passou a ser visto como sendo um produto aproveitável, capaz de gerar lucros para os maquinistas.
Esse nítido predomínio da indústria algodoeira no Rio Grande do Norte se manteve no decurso da década de 1950, tendo prevalecido ainda nos anos de 1960, se bem que, com algumas oscilações que demonstravam possíveis desequilíbrios nos anos posteriores. Indício disso pode ser percebido na presente citação que trata sobre o número de firmas de algodão em funcionamento na década de 1960.
“No tocante ao número de firmas, observa-se que, nas safras de 1959/60 e 1969/70, eram 24 unidades, mas na safra de 1963/64, havia 29 unidades, tendo assim um aumento de 5 empresas a mais. Isso significa o desaparecimento de 5 firmas no período de 1964 a 1969/70. Toda essa oscilação conjuntural do segmento mostra uma situação de insegurança no setor industrial brasileiro na época”. (SANTOS, 1994, p. 143).
Naquele momento, em função das perspectivas econômicas geradas no setor algodoeiro ao longo dos anos do século XX, existiam em funcionamento no Estado do Rio Grande do Norte, várias algodoeiras pertencentes a grupos econômicos estrangeiros. O grande destaque das firmas estrangeiras que atuavam no setor algodoeiro do Rio Grande do Norte era legado a Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro (SANBRA) que, na safra de 1969/70 foi a grande líder do mercado de produção de algodão em pluma tendo produzido 35% dos fardos.
Podemos aqui afirmar que, o ingresso do Rio Grande do Norte no campo industrial mais amplo se deu em função do setor algodoeiro que, apesar de estar incluído em um modelo de economia agroexportadora terminou gerando as possibilidades que permitiram o desenvolvimento industrial do Estado. Ademais, excetuando-se o setor algodoeiro, no transcurso da década de 1960 a indústria no Rio Grande do Norte estava ainda legada a um patamar de pouca expressão.
Naquele momento destacavam-se apenas as “as fábricas de mosaicos, cortumes, artefatos de ferro forjado, além de fabriquetas de sela, cerâmica, etc”. (SANTOS, 1994, p. 143). No entanto, foi exatamente durante os anos de 1960 que foram lançadas as “bases do planejamento como instrumento de trabalho de governo e de iniciativas privadas no Nordeste brasileiro”. (SANTOS, 1994, p.207), através do incremento das ações da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) que voltavam-se para a intensificação do setor industrial do Nordeste. Porém, foi somente no início do decênio de 1970 que se começou a perceber os resultados mais concretos desse novo processo.
O ano de 1971 foi um marco no sentido da consolidação industrial no Rio Grande do Norte. Naquele ano várias empresas alcançaram um crescimento mais determinante. Os setores que mais se destacaram no período foram o têxtil, o de mineração, além do setor da construção civil. No setor têxtil; considerado prioritário no sentido de consolidar a cultura algodoeira; apareciam como indústrias de destaque a Guararapes S/A e a Confecções Soriedem
v. Foi também no transcorrer dos primeiros anos de 1970 que se deu a consolidação da indústria de beneficiamento de pescadosvi, além de ter sido inaugurado a primeira fábrica de cimento do Rio Grande do Norte, em 1972vii.
Foi graças a impulsão dada pela política desenvolvimentista do governo Cortez Pereira, em parte apoiada nos incentivos da SUDENE, que se permitiu a dinamização dos diversos segmentos industriais do Estado, o que propiciou uma elevação de faturamentos, maior oferta de empregos, abertura de novas unidades industriais que, em contrapartida, geraram uma maior arrecadação de impostos para a receita estadual. Estavam lançadas as sementes para a estruturação de um parque industrial diversificado.
A década de 1970 foi também marcada por uma certa instabilidade no setor algodoeiro do Estado o que já era um demonstrativo de problemas maiores no segmento indicado nos anos subseqüentes. Em 1977, a revista RN/ECONÔMICO, em sua edição de nº 85, divulgava o presente artigo:
“Nunca, como nos dois últimos períodos da safra algodoeira – compreendendo 1975/76 e 1976/77 – passou o setor por tantas e tão inusitadas situações, freqüentemente passando de estados de súbita e desenfreada euforia para os de desalento e pânico. Nestes dois anos, o algodão potiguar serviu como perfeita mostra de como é vulnerável uma agricultura que depende exclusivamente de fatores alheios à sua própria estrutura para poder conseguir posições adequadas no mercado. O mais significativo na rápida sucessão de ascensões e quedas é que todos os setores foram de uma forma ou de outra atingidos – no começo, na primeira fase do ciclo, o produtor, depois os maquinistas e, o que é praticamente inédito, os intermediários”. (p.41).
Por outro lado, dois outros segmentos do setor da agroindústria viviam novas perspectivas a partir da segunda metade da década de 1970. O projeto das “Vilas Rurais” iniciado no governo Cortez Pereira, objetivando a colonização agrária baseada na cultura do caju, começava a gerar seus primeiros resultados. Em 1978, somente na Serra do Mel, foram produzidos algo em torno de 560 toneladas de castanha de caju com uma estimativa de produção bem mais ampla nos anos posteriores visto que, naquele ano, os técnicos da CIDA (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agropecuário) previam que, no início dos anos 80, quando o projeto estivesse em sua fase de amadurecimento, dois milhões de cajueiro estariam produzindo de maneira acentuada. Dessa forma, se previa uma impulsão no setor de beneficiamento da castanha de caju, possibilitando assim a geração de milhares de novos empregos.
Outro segmento da agroindústria que viveu um período de glorificação na segunda metade da década de 1970 foi o setor açucareiro. Em 1978 a indústria açucareira atingiu a produção de um milhão de sacas e, começava a se preparar para ingressar no PROÁLCOOL, “um programa do governo federal que visava substituir o consumo da gasolina pelo álcool hidratado e produzir o álcool anidro para ser misturado a gasolina”. (SANTOS, 1994, p. 220).
Considerando a análise aqui disposta estamos convictos de que, a evolução do industrialismo no Brasil e, mais especificamente, no Rio Grande do Norte; somados a outros aspectos, onde se sobressai a capacidade de empreendimento do homem seridoense; foram fatores primordiais no sentido de proporcionar ao município de Jardim do Seridó o caráter de área de relevância industrial a nível de Seridó e no Estado do Rio Grande do Norte, conforme verificaremos no capítulo posterior.

Quem sou eu

Minha foto
Jose Maria das Chagas, nasci no sítio Picada I. em Mossoró-RN,filho do assuense MANUEL FRANCISCO DAS CHAGAS e da mossoroense LUZIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, com 14 irmãos. Ingressei nas fileiras da gloriosa e amada Polícia Militar do Rio Grande do Norte no dia II-VII-MCMLXXX com o número 80412. Casei-me em XV-IX- MCMLXXXIII com a apodiense MARIA ELIETE BEZERRA (XXIII-VIII-MCMLXIII), pai de 5 filhos: PATRÍCIA ( NASCIDA A XVII - VIII - MCMLXXXIII FALECIDA EM VIII - XI - MCMLXXXV), JOTAEMESHON WHAKYSHON (I - X - MCMLXXXVI), JACKSHON (FALECIDO) E MARÍLIA JULLYETTH (XXIX - XI - MCMXC).Atualmente convivo com outra apodiense KELLY CRISTINA TORRES (XXVIII-X - MCMLXXVI), pai de JOTA JÚNIOR (XIV - VII - IMM). JÁ PUBLIQUEI TRÊS TRABALHOS: CHIQUINHO GERMANO -A ÚLTIMA LIDERANÇA DOS ANOS 60 DO SERTÃO POTIGUAR, COMARCA DE APODI EM REVISTA e A HISTÓRIA DA COMPANHIA DE POLÍCIA MILITAR DE APODI

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